quarta-feira, 6 de julho de 2011

LIVRO - JESUS O GRANDE ESSÊNIO















JESUS - o Salvador



















CRISTO - o Ungido











Um Homem viveu, entre nós, a cerca de 2.000 anos e seu nome era JESUS.



Nascido ou não em uma mangedoura, adorado ou não por reis magos e pastores, aquecido ou não pela respiração dos animais, filho ou não de um velho carpinteiro estéril e de uma mulher virgem, concebido ou não por graça de um Espírito Santo, o certo é que Jesus nasceu com uma auréola de luz a iluminar-lhe o espírito, demonstrando ser um dos grandes eleitos do Grande Arquiteto do Universo, mandado naquele momento exato em que o mundo se convulsionava pelo domínio desenfreado e orgíaco de Roma, que já precedia e superava as degenerescência advindas dos sírios e babilônios, fazendo com que o moral dos povos escolhidos se afastassem da orientação das leis e dos templos iniciáticos.



Deus, na sua eterna misericórdia, ao invés de um castigo, tal como dilúvio ou a destruição de Sodoma, enviou um espírito eleito com todas as prerrogativas de seus poderes celestiais, dando-lhe o livre arbítrio para tomar as medidas que julgasse necessárias a fim de trazer novamente ao seio de Deus, aqueles que, subjugados pela matéria, se distanciavam da doutrina tão propagada pelos eleitos anteriores, quer na Índia, quer no Egito, quer na Grécia.





Desde novo, Jesus tinha espírito sedento de conhecimentos terrenos, inteligência viva que ressurgia de outras paragens mais adiantadas e mais purificadas, buscava o porque das diferenciações existentes, embaraçando-se ante as divergências das condições de vida do povo, a falta de respeito aos lugares sagrados, a inconcebível separação por castas, a ausência de sentimentos fraternais, tão inexistentes no ambiente de onde tinha vindo.


Seu espírito, ainda ressentido pela transição do encontro com a matéria, necessitava um respirar mais puro, um ambiente de maior meditação, que lhe pudesse permitir um conhecimento mais perfeito de tudo o que lhe era dado presenciar. Nas suas andanças de rapaz, nos dias de folga da oficina de seu pai, quando corria a admirar a beleza da paisagem de sua terra, foi um dia a Jerusalém e lá sentiu ainda mais os problemas que se acumulavam em seus pensamentos. presenciou a vida dissoluta dos romanos dominadores, o fausto dos submissos sacerdotes e anciãos, a corrupção desenfreada e a ganãncia dos comerciantes, explorando o sentido inverso das leis divinas; e presenciou, também, descendo ao vale de Siloé, o espetáculo deprimente, desumano e indescritível dos mendigos, paralíticos e leprosos, vivendo numa promiscuidade dolorida, numa sociedade insofrível, prova verdadeira de uma sociedade putrefata.
Diante de tudo isso, Jesus clamou arrebatadamente: " Meu Pai! Eu quero saber. Eu quero curar. Eu quero salvar."

A partir desse momento, buscou o templo dos essênios para a iniciação da verdade. Lá encontrou o conhecimento exotérico do mundo e a paz para a meditação. Seu espírito puro e eleito, fortificou-se a tal ponto que dominou por completo a matéria que lhe servia de envólucro, tornando-a diáfana e invulnerável aos sofrimentos físicos.

Deixando o templo dos essênios, depois de longos anos de meditação e estudos, escolheu o método de suas pregações e sentiu que sua missão era levar o conhecimento da justiça, da verdade, do amor e da solidariedade a todos os que encontrasse, sem distinção de classes, de credos, de nacionalidade, e de condições físicas.

Jesus saiu propagando os seus conhecimentos, estabelecendo os mistérios frutificados pelo seu pensamento. Escolheu os seus discípulos entre gente humilde de diversas profissões, impondo-lhes somente a condição d eo seguir ininterruptamente. Preconizou e reafirmou a importância do batismo pela água, mistério que se tornou público pela clarividência do profeta Jordão.
Preconizou a supremacia que deve existir do espírito sobre a matéria, dizendo repetidas vezes a importância da sublimação espiritual; as suas palavras " Eu sou o pão da vida; o que vem a mim, não terá mais fome."












Mesmo no momento culminante de sua "morte", imprimiu com ênfase o último dos mistérios de sua doutrina, quando por intermédios de João Evangelista e Maria, afirmou que a mulher é a Terra, que fecundada pelo Deus Supremo permite o renascimento dos espíritos: " Mulher, eis aí o teu filho.....Eis aí tua mãe." Todos nós somos irmãos. Não existe classe onde existe um só amor e uma só compreensão.

















Os essênios tinham por fundamento a fraternidade e a justiça, por isso que não admitiam, entre os seus, a posse de bens materiais. As bases da doutrina se equiparavam às sociedades ocultas e místicas da Índia, do Egito e da Grécia. Exigiam o celibato e o voto de pobreza, para que nenhum apego terreno pudesse prevalecer á sua dedicação as causas espirituais.

















Seus principais objetivos eram:


























  • Liberdade de conhecimento esotérico e exotérico dentro da comunidade, resguardados os limites de cada grau;









  • Sigilo absoluto dos estudos esotéricos e mistérios emblemáticos e simbólicos, no mundo profano;









  • Igualdade sistematizada pelo voto de pobreza;









  • Espiritualização cada vez mais acentuada de seu eu interior, para domínio completo da matéria;









  • Prática da justiça, através da verdade e do amor;









  • Prática da caridade, auxílio mútuo e cura pelas mãos;









  • Prática da tolerância, da fraternidade e do perdão;









  • Prática da absorção da matéria pelo espírito, a fim de suportar os sofrimentos físicos;









  • Prática do jejum, como freio à propagação dos vícios;









  • Afirmação sistematizada da fé e da existência de um só Deus, onisciente, onipotente e onipresente.
















Cremos que na escola dessa ordem foram formados todos os profetas.

















" Os mansos possuirão a terra" , disse o mestre. Os mansos são aqueles que sendo sábios e retos, não precisam da força e da artimanha para dominar. Os sábios são os que evoluem espiritualmente, no estudo e prática constante do amor e da verdade, quer tenham ou não instrução aprimorada. Os retos são os que se purificam moralmente no estudo e prática persistente da justiça e da solidariedade.

















Os maçons, mais do que ninguém, devem procurar a formação de seus caráteres dentro dessa sabedoria e retidão, para que possam cumprir os princípios básicos de sua Ordem, conforme ditam as suas constituições, a fim de poderem evoluir e se purificar moral e espiritualmente, para dar o verdadeiro exemplo, tal como receberam de seus antepassados.

















" Nenhuma genialidade ou esperteza políticas, podem sobrepor-se

















à intangibilidade dos princípios maçônicos.

















Não se consegue a harmonia começando por destruir

















aquilo que por si mesmo é harmônico: o sentimento do belo e a perfeição moral."

































Jesus era dotado de uma sabedoria extraordinária; cada frase sua, do alto da montanha, era um relfexo do simbolismo místico das ciências esotéricas dos antepassados, penetrando nas mentes e nos corações.

















Este deve ser o verdadeiro sentido da parábola do Nazareno: Quem faz justiça, terá justiça. Quem ama, terá amor. Quem faz o bem, terá, infalivelmente, o bem como recompensa, e saciado viverá, porque viver em paz consigo próprio é viver em paz com a humanidade. É ficar em paz com Deus!!!





"Bem aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia".
"Bem aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus."
Bem aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus."

O Eleito estava ali, placidamente convincente, revolucionário tranquilo. Não era Deus, mas falava como se fosse o próprio e sua spalavras penetravam e se ampliavam pelo espaço infinito em busca dos ouvidos dos que quisessem ouvir. E as palavras do Essênio continuam a se ampliar pelo etéreo espaço, numa afirmação constante da Onipresença do Supremo Arquiteto do Universo.
Jesus possuía todas as qualidades inerentes ao Criador, entre elas a bondade, a pureza e a tranquilidade.




Deus está em todos nós, mas para senti-lo é preciso ser bom, porque a bondade limpa a alma.
















"Vós sois o Sal da Terra."









"Vós sois a Luz do mundo."









Jesus era absoluto em suas idéias e pensamentos. A um simples olhar, ele perscrutava as almas e sabia quem era dominado pelo mal ou pelo bem. mas, a todos ensinou a sua doutrina, a todos distribuiu a mesma luz. A capacidade assimilatória de cada um é que iria influir na sua maior ou menor importância para a vida futura.





"Para pedir, precisamos ter firmeza, esperança e fé;





para receber, devemos ter humildade, paciência e calma."









Procurando o amor, encontraremos o amor até na solidão. Procurando a alegria, encontrá-la-emos até nas horas tristes. Procurando a paz, semti-la-emos em meio ao tumulto. Procurando a justiça,achá-la-emos até na iniquidade. Procurando a luz que é a liberdade, encontrá-la-emos até em meio a escuridão que é a algema máxima da escravatura.





O nosso pensamento é a força geradora de nossos atos. Os nossos atos são os imãs que atraem os objetivos procurados. Por isso, Jesus disse: "batei, dar-se-vos-á entrada", porque somente nós poderemos dar entrada a nós mesmos. Batei com a mesma profundeza do grito soltado pelo coraçao de Jesus quando, depois de contemplar a beleza e o luxo de Jerusalém, desceu até a Fonte de Siloé e presenciou a miséria e a desgraça dos leprosos,, paralíticos, ulcerosos e cegos: Pai celeste! Eu quero saber! Eu quero curar! Eu quero salvar! Naquele momento, Ele havia acabado de pedir, d eprocurar, de bater e, desde então, recebeu a luz, o poder da luz. Que já existia nele, por ser um eleito, mas que se encontrava absorvida na escuridão da matéria, que é escrava.









"Eu não te condenarei; vai e não peques mais."





Entre a ilusão e a verdade, os homens preferiam a ilusão, e nessa escolha tem se manifestado através dos séculos. O egoísmo de terme eles o direito de se defender e o direito de julgar os outros, tem sido uma constante. Esquecem, em geral, do dever de defenderem os outros e do dever, também de julgarem a si próprios. Como podem julgar que o semelhante é mau por ter sido fraco em cometer tal falta? Julgaram eles a si próprios? Verificaram se já foram, são ou possam ser acometidos dessa mesma fraqueza ou erro? E por que, memso isentos dessas fraquezas, não procuram por instinto, defender seu semelhante, dando-lhe uma chance? Deus nos dá tantas chances no decorrer de nossas vidas....





Se os homens pudessem calcular o quanto de benefício lhes traz, terem os olhos voltados para dentro de si, vendo suas próprias fraquezas antes de condenarem os outros, o ódio, a injustiça e a vingança não seriam tão disseminadas, porque o amor, a justiça e a paz reinariam em todos os corações. Felizes aqueles que vêem seus semelhantes como vêem seu proprio interior. Se assim fosse, duvido que tivéssemos coragem de atirar a primeira pedra, mesmo estando puros e isentos de pecados. Mas, isso ninguém quer ver, ninguém quer ouvir, porque se limitam ao efeito apresentado, ao impacto do último momento. Juízes todos somos, mas é preciso que saibamos ser primeiro advogados, para defendermos não a nós, mas os nossos semelhantes, e podermos dizer como Jesus: "Eu não te condenarei; vai e não peques mais".





Jesus era imensamente grande em seu espírito repleto de fraternidade. Muita razão havia em todos aqueles que nunca mediam as suas ambições no limite da solidariedade humana. Eles ficavam ofuscados e na escuridão de suas almas, não compreendiam a grandeza das palavras e das atitudes de um homem que nunca pensava em si próprio, mas que sistematicamente ensinava e protegia seus semelhantes. Jesus sempre defendeu o amor, porque somente o amor pode controlar o instinto. "Quando vos baterem na face direita, apresentai a face esquerda", como testemunho da sublimaçao do amor. Lembrai-vos que o Supremo Arquiteto "faz nascer o sol sobre os bons e os maus". A chuva que cai sobre os justos é a mesma que cai sobre os injustos; a diferença é que os justos a recebem com amor e sentem crecer e frutificar os seus sentimentos, enquanto os injustos a recebem com ódio e ela se transforma em tempestade que destrói os sentimentos e leva na enchurrada, tudo que de bom ainda possa existir.





Jesus era dotado de uma inteligência fora do comum como, também, procurou aprimorá-la nos templos da Índia e no vale dos essênios.





Jesus era o mestre sublime de seus discípulos e de sua gente. Seu poder de persuasão era sobrenatural; a magnitude de seus gestos e a pureza de seus atos convenciam todos aqueles que o ouviam. Somente os que viviam em trevas e delas tiravam os proveitos materiais, procuravam tampar os ouvidos, não deixando penetrar-lhes o íntimo, para que sua ambição, seu orgulho e vaidade não se ofuscassem com a luz da verdade. O homem, em todas a cidades, procura saciar-se material e espiritualmente. Quando lhes falta algum desses alimentos, torna-se embrutecido ou entediado. A alimentaçao do espírito é mais necessária que a da matéria. Quando o espírito está suprido, o corpo se conforta e se equilibra. Jesus, que espalhava esses ensinamentos, a todos afirmava que Ele era o pão da vida. Quem provasse do pão da fé e bebesse do vinho da sabedoria, não teria fome, nem teria sede. A fé e o saber são os sustentáculos do espírito, a estrutura da alma e o acabamento do corpo. Quem fortifica sua fé pelo saber que adquire; quem se alimenta do pão e do vinho de Jesus, nunca terá fome e nunca terá sede. Viverá no amor, espalhará o amor e se nutrirá de amor, porque somente assim encontrará a paz e a felicidade.





"Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece, a qual o Filho do homem vos dará; porque a Este o Pai; Deus, o selou." Trabalhar,portanto, não significa apenas obrar para ganhar o pão que alimenta a matéria e a veste que cobre o corpo, mas sim para adquirirmos o essencial que faz evoluir o espírito e sublimizar a alma. Todo trabalho deve ser feito com amor e dedicação, sempre se procurando fazê-lo do modo mais perfeito. Não importa se esse esforço encontrar a frieza dos que são donos do trabalho, não obtendo a recompensa material por ele merecida. Não é propriamente para esses que estamos trabalhando, mas para a satisfação de nossos sentidos e para nosso desenvolvimento espiritual. Quem trabalhar com amor e fé, aproxima-se da perfeiçao e da luz, porque aprende a labutar pela comida que permanece que é o alimento do espírito.





"Quem crê em mim, crê não em mim, mas naquele que me enviou."





É preciso que se erre, para que a vitória seja justa e merecedora. Poucos podem se dizer puros e limpos, porque esses são os privilegiados. Procurando se desviar dos erros e se arrepender das faltas cometidas é que o homem se aproxima das virtudes e se torna limpo e puro.





"Eu sou a ressurreiçao e a vida; quem crê em mim, ainda que seja morto, viverá." "E todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá."





Jesus sabia que sua estadia na Terra estava terminando e o tempo era muito curto para uma doutrina meticulosa. Urgia, pois, que todos soubessem um pouco do tudo de sua missão sublime. Esse tudo deveria ser dito em poucas palavras, mas que traduzissem a importância da sabedoria existente nesse tudo. E o Mestre das parábolas se fazia entender pelos ouvidos e mentes daqueles que o seguiam com o coração e o espírito.





"Cada espírito tem uma missão a cumprir em cada planeta e em cada lugar no Universo, e a sua evolução se faz gradualmente, através de seus trabalhos e seus esforços no sentido de purificar e iluminar a centelha primitiva que emanou do celeiro de luz que é o próprio Criador. " "A vida terrena é a morte aparente do espírito, que só vive quando está livre e repleto de luz."





"Amai-vos uns aos outros; como eu vos amei a vós."





Simão e João já haviam escolhido o lugar para a última ceia, que marcaria a reunião final sob a presidência do Venerável Essênio. Simão zelara para que tudo estivesse em perfeita ordem. João esforçara-se por se fazer cumprir o cerimonial. Jesus sentou-se ao centro para indicar que, dali, os raios luminosos convergiriam para o sul e para o norte. Pedro, em cujas mãos estavam a chave desse Templo de Amor, verificara a cobertura do mesmo. Tomé preparava-se para inquirir qualquer intruso que tentasse penetrar no recinto. Judas Tadeu, sempre atento para defender os doentes e necessitados, demonstrava em sua fisionomia o sentimento de caridade. André e Tiago, sentados nos dois extremos, impunham respeito aos companheiros das duas filas. Mateus preparava-se para registrar os acontecimentos e Bartolomeu zelava pelos princípios sagrados das antigas leis. Judas, o Iscariote, guarda dos metais, sentara-se no lugar de costume. o Essênio lavou-lhes os pés, um a um, para afirmar que a humildade deve partir dos mais elevados, provando que a igualdade deve existir e deve ser perpetuada porque somente ela poderá trazer a paz que confraterniza todos os povos. Iniciada a cerimônia, Jesus anunciou que um dos presentes o haveria de trair e que essa traição já estava a caminho. Sob o espanto de todos, Judas Iscariote se acusou e teve que retirar-se. O grande Essênio, inicianod a Ceia, distribuiu o pão dizendo "Toda vez que estiverdes assim reunidos para, venerando a Deus, tomardes deliberações, comei o pão em memória de mim, pois ele representará o meu corpo, que será imolado para o Bem da humanidade. E distribuindo o vinho disse: "Este representará o sangue que selará a nossa união perfeita e eterna na doutrinação do amor e da fraternidade e que será derramado para benefício da humanidade". Estava instituído o simbolismo da comunhão do amor, não como sinal de remissão de pecados,mas como união de pensamentos através da fé, que é sustentada pela trilogia moral da liberdade, igualdade e fraternidade e alicerçada pelas virtudes espirituais do amor, da justiça e da verdade. Ao anunciar a sua próxima prisão e morte, Pedro recusou-se a essa previsão, dizendo que daria pelo Mestre, a sua vida. Jesus advertiu-lhe que tal idéia significava fanatismo e sua doutrina não comportava esse sentimento. Quem o seguisse devia ter fé absoluta, sem se ver subjugado a dogmas ou sentimentos baixos. A represália é uma forma de vingança e vingança é um sentimento mesquinho. Para alimentar o espírito e elevá-lo às condições divinas, deixava-lhes o mais novo e o mais belo de todos os mandamentos: 'Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei a vós".





"Pai meu, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade."





Chegara o princípio do fim, o instante em que a matéria, suportando todos os sofrimentos, daria lugar a que o espírito, vitorioso pelas conquistas, buscasse o ambiente de sua verdadeira origem. Jesus, nesse momento marcante de sua missão, teve dúvida se tudo estava feito e, no silêncio da meditação, pediu ao Pai para afastar o cálice da amargura, e, prestes a se afastar do convívio dos irmãos, chamou-os e, reunindo-os como se num Templo, disse:"Pai, Oniciente, Onipotente e Onipresente, que na imensidão dos céus estás, acima de todos os planetas e estrelas que no Universo existem e que, portanto, és nosso como de todos. Santo e divino, como poderoso e sábio, seja o Teu Nome que é Deus. Venha a nós, tanto aqui como em outras terras, a beleza do Teu reino, sendo assim feita a Tua sublime vontade, para que nós e os outros procuremos e consigamos alcançar os céus. O pão, continua a nos dar hoje e sempre, todos os dias, perdoando as nossas ofensas, blasfêmias e leviandades, provocadas pelas nossas fraquezas em face das maldades que germinam no ambiente. Se assim pedimos é porque nos apraz perdoar aqueles que nos ofendem, insultam e caluniam, para que encontrem a paz espiritual. Tudo faças. Senhor, para que jamais caiamos nas mesmas tentações, por mais fascinantes que sejam, e livrai-nos, com toda Tua sabedoria e teu poder, dos males que afligem as nossas fraquezas, por Teu amor e por nossa fé. AMÉM".





Dali em diante o conteúdo amargo daquele cálice simbólico iria ser sorvido, gora a gota, num testemunho fatal d amaldade humana, mais num exemplo edificante e eterno da glorificação do trabalho.





"Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste".





Necessário se tornava que os seus últimos momentos entre os homens, marcassem a sua qualidade de ser material e espiritual, para que a sua doutrina não se tornasse uma lenda, mas uma história viva e eterna. Ele tinha que dar testemuho da fraqueza da matéria e da fortaleza do espírito, para que ficasse registrada definitivamente, a sua passagem no planeta. Seu espírito forte se ressentia das dores que avassalavam seu corpo. Dores que retratavam os sofrimentos que acompanhariam a humanidade por muitos e muitos séculos.





"Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso."





A sabedoria eterna tinha dleiberado que a sua crucificação seria em conjunto com a de dois celerados, representando o bem e o mal. Gestas, o protótipo da maldade, blasfemava e lamentava o seu destino, desafiando Jesus a mostrar suas qualidades divinas Dimas, que ao cometer delitos pensava no bem que pudesse praticar aos outros, sentia-se pequeno demais diante daquele homem que sofria calado os excessos de atrocidades. Ao seu pedido de "lembra-te d emim quando estiveres no teu reino", Jesus lhe respondera com aquela frase que é a significação máxima da fraternidade humana: "Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso". Bem poucos poderiam ou podem estar com Jesus no Paraíso, porque muitos são os que não descem de seus vícios para encontrar o caminho da humildade. E a humildade é que fortalece a fé. E a fé é que nos faz encontrar Cristo.





"Tenho sede." Ali, no calvário de sua cruz, no fim de sua vida material, lançava o testemunho de sua esperança: "Tenho sede." Era a esperança de ganhar mais espíritos, pelo poder da caridade. Quanto de alegria poderia ter Jesus se, naquele momento, pudesse converter mais um de seus algozes. O Essênio não tinha sede física, mas sim a vontade de salvar almas. O fel e o vinagre que lhe ofertaram representavam a fraqueza de nossos espíritos que ensurdecem ao chamamento das virtudes e deixam vitoriosos os vícios.





"Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem." Excessivamente tolerante e fraternal, do alto de sua cruz via em todos aqueles que o haviam injustiçado uma multidão de pobres cegos que não podiam medir o quanto de maldade estavam praticando e o quanto de atraso espiritual estavam angariando para o retardamento da caminhada do retorno. Pobre de quem olha mas não vê, de quem escuta mas não ouve, de quem fala mas nada pronuncia. Preferível seria que fosse cego mas visse com os olhos do espírito, que fosse surdo, mas que sua alma ouvisse as vozes celestiais, que fosse mudo mas que soubesse mentalizar as mais belas e profundas preces á Deus.





"Eis aí tua mãe. Eis aí teu filho." Maria, na grandiosidade de sua angústia, soltou um suspiro de íntimos sentimentos, balbuciando: "Meu filho! Filho de minha vida!" Jesus, em novo alento, não a deixou terminar, e olhando para ela e para João, pronunciou: "Filho, eis a tua mãe. Mãe, eis aí teu filho." Todas as mães do mundo são mães de todos os filhos; e todos os filhos são filhos de todas as mães. Porque a mulher representa a Terra, em toda sua pródiga beleza de gestante, fecundada que é pelo homem, que representa a Força Criadora. Deus fecunda a Terra e fá-la procriar os seres que receberão os raios luminosos que de sua divindade emanam e que se transformam em espíritos que a Ele retornarão depois de purificados e iluminados através das missões que lhes são prescritas. Como é belo e profundo este mistério que, se compreendido em toda sua essência, seria o selo eterno de uma paz infirnita, porque todos se sentiriam irmãos entre si.





FÉ.... A Fé não é privilégio de ninguém, porque é uma força divina. Nenhuma pessoa, nenhuma religião ou ideal, pode arrogar-se possuidor único desse poder, pois sendo ela uma centelha emanada da Suprema Força que rege o Universo, não tem discriminação, nem preferência. A certeza de sua posse, varia com o grau de entendimento.Dom Francisco de Paula e Silva, Bispo e orador sacro, costumava dizer em seus sermões: " A fé está em todos os corações; aparece na medida do entendimento de cada um. Não existem religiões, mas sim, uma religião que é Deus. Os caminhos são vários, ma so objetivo é um só. Devemos respeitar todas as seitas, porque elas sempre levam para Deus e Ele existe em todas elas, embora com nomes diferentes". Pastores, protestantes, maçons, agnósticos, espíritas, estavam sempre na Catedral para ouvir e beber na fonte de verdadeira fé, que jorrava da spalavras desse homem puro e simples, mas tão nobre de humildade e tão imenso de convicção. A verdadeira Fé, inquebrantável e pura, faz com que quem a possui se confraternize com todos e com tudo; não distingue castas, raças, e preceitos. É unificadora e fraternal em sua essência e quem a traz não se deixa manchar por vícios nem iludir por virtudes, porque é a própria divinização do eu.




Khalil Gibran assim se definiu: "Eu te amo meu irmão, quem quer que sejas, se praticas o culto em tua Igreja, ajoelhas em teu Templo ou rezas em tua Mesquita. Tu e eu somos todos filhos de uma mesma fé, porque os diversos caminhos da religião são dedos da mão amorosa de um Ser Supremo, uma mão estendida para todos, oferecendo perfeição de espírito a todos, ansiosa por acolher a todos."




Se percorrermos o mundo do mistério, onde doutrinas germinaram para conhecimento e purificação espiritual dos homens, vamos encontrar diversos testemunhos de fé para corroborar esses nossos pensamentos e a certeza de nossas convicções. "Não quero o poder supremo que vós me ofereceis. Guardai as vossas coroas e observai a minha lei. A minha tarefa está finda. Retirar-me-ei para sempre com meus irmãos iniciados para uma montanha do Airiana-Vaeja. De lá velarei por vós. Vigiai o fogo divino: Se o deixardes extinguir, eu reaparecerei entre vós, mas como juiz e como vingador.!" Assim que Rama, o que mais tarde se tornaria o grande Brahama, quando se despediu dos druídas, para buscar na Índia, o lugar determinado onde edificaria a doutrina védica. Da herança de Rama, contida nos Vedas, fonte inesgotável de fé no poder criador, vem talvez, a mais longíngua afirmação de nossa crença: "Donde nasceu a alma? Ela existe nos que vêm para nós e regressa nos que regressam e tornam a voltar".




Assim como Jesus teve a missão de resumir e atualizar as leis de Moisés, Krishna teve a missão de resumir e dramatizar a doutrina de Rama. As palavras e os ensinamentos desses dois Missionários se confundem e se interligam, deixando par aos pósteros a afirmação de uma fé infinita que foi se espalhando através dos que os precederam, como Buda, Confúcio, Hermes, Zoroastro, Pitágoras, Sócrates, Orfeu, Paulo, Kardec e tantos outros, cujas missões mais ou menos profundas conclamaram os homens para o caminho de luz.




Krishna, inspirado indiano, esclarecido pelas meditações, traduziu toda a sua fé nestas palavras: "Escutai, pois, um enorme e profundíssimo segredo, o mistério soberano, sublime e puro. Para se chegar à perfeição, é mister conquistar a ciência da unidade, que está acima da sabedoria; é mister elevarmos-nos até o divino, que está acima da alma. Ora esse ser divino existe em nós próprios, está dentro de cada um de nós. Porque Deus reside no interior de cada homem, mas poucos sabem encontrá-lo."




A afirmaçao de que Deus está em nós e nós Nele, é uma afirmação constante nas doutrinas dos maiores. Os homens são deuses mortais e os deuses são homens imortais.


FIM

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